Whole 30: saiba como mudar sua vida por meio da alimentação

“Você é o que você come” — essa frase é um clichê extremamente verdadeiro. Toda máquina precisa do combustível adequado para funcionar, e o do corpo humano são os alimentos. Atualmente, no entanto, em meio à correria do dia a dia, raramente paramos para pensar no que exatamente estamos levando para a nossa mesa. As inúmeras tentações e praticidades expostas nas prateleiras do mercado também não ajudam e os alimentos industrializados tomam cada vez mais espaço, embora não sejam a opção ideal.

Muitas vezes, percebemos que nosso corpo não está funcionando direito: uma dor aqui, outra ali, estômago pesado, falta de disposição, entre outros problemas que podem estar muito mais relacionados com a alimentação do que a maioria das pessoas imagina. Continue lendo este texto para entender como o método Whole 30 pode melhorar o funcionamento do organismo e para compreender o impacto causado por cada grupo alimentar.

O que é o Whole 30? 

Primeiramente, é importante ter em mente que o Whole 30 não é exatamente uma dieta e seu objetivo principal não é o emagrecimento. O método, criado por Melissa Hartwig Urban e Dallas Hartwig, é um incentivo, na verdade, para que as pessoas entendam melhor o funcionamento do próprio organismo. 

Nele, é preciso cortar completamente da alimentação alimentos industrializados, processados e com potenciais alergênicos e inflamatórios — e, também, eliminar o consumo de álcool e de cigarro — por 30 dias.

O método é bastante polêmico e controverso, justamente por “proibir” muitos alimentos considerados saudáveis, como os grãos e as leguminosas. Nesse caso, é porque eles tendem a inchar e provocar gases.

No entanto, é importante ter em mente que a questão aqui não é pensar que todas as comidas proibidas são vilãs e devem ser evitadas pelo resto da vida — tampouco que as permitidas podem ser consumidas sem nenhuma moderação. 

O ponto é desintoxicar o corpo para que, depois, ao inserir aos poucos os alimentos de volta na rotina, seja possível perceber como ele reage a cada grupo e entender quais incômodos estão relacionados com eles.

Como funciona o Whole 30?

Como apresentamos acima, o programa consiste em eliminar totalmente da sua rotina alimentar, por 30 dias, uma lista de alimentos com potencial inflamatório, alergênico ou de causar intolerância. Além dos industrializados, portanto, devem ficar de fora, por exemplo, leguminosas, laticínios e glúten. O método é bastante inspirado nas dietas paleolíticas, já que os alimentos permitidos são basicamente proteína animal e verduras.

O foco do Whole 30 está justamente em você avaliar como o seu corpo se comporta durante o período de restrição, e as reações vão variar bastante durante a sua evolução. É muito comum que as pessoas se sintam mal na primeira semana, já que o organismo precisa começar a passar por essa desintoxicação e vai estranhar a repentina ausência de alimentos que costumava receber.

Após esses 30 dias, chega a hora da reintrodução gradativa. Nessa fase, os grupos alimentares devem retornar aos poucos à sua rotina, novamente com o intuito de que você perceba a reação do seu corpo a cada um deles. 

É mais ou menos após 45 dias do início do método que você está “liberado” para voltar para sua alimentação de antes — se, é claro, acreditar que ela ainda faz sentido. Provavelmente, toda essa análise vai te fazer compreender o quanto alguns alimentos não são ideais ou devem ser ingeridos com uma certa cautela. 

Orientações gerais e alimentos permitidos no Whole 30

Diferentemente de programas de dieta comuns, que definem um número máximo de calorias ou estabelecem uma quantidade de refeições permitidas no dia, o método Whole 30 não possui nenhuma regra além da restrição de alguns alimentos. A ideia é que, focando na alimentação natural, você possa comer normalmente de acordo com a sua rotina ou sempre que sentir fome. 

São alimentos permitidos no programa:

• Carnes, aves, peixes e frutos do mar 
• Vegetais
• Frutas
• Gorduras boas (oleaginosas, como amêndoas e nozes, e óleos vegetais, como azeite e óleo de coco)

A preferência, sempre, deve ser por alimentos orgânicos. No caso de frutas e vegetais, é sempre interessante privilegiar os da estação.

É importante deixar claro que, para que o método faça sentido, a restrição precisa ser seguida à risca durante 30 dias consecutivos. Caso haja alguma falha, o ideal é se programar para começar de novo, e não apenas seguir no dia seguinte como se nada tivesse acontecido.

Outro alerta essencial é que esses 30 dias são, também, um limite de tempo para toda essa restrição, já que a partir disso podem começar a aparecer deficiências nutricionais. 

No caso de pessoas que tenham alguma deficiência alimentar prévia ou mesmo questões como diabetes, torna-se ainda mais importante a necessidade de buscar acompanhamento profissional para saber se é seguro entrar no programa.

Ainda cabe orientar que alguns efeitos colaterais, provavelmente, serão percebidos, principalmente na primeira semana, como fraqueza, cansaço e irritabilidade. Tudo faz parte da adaptação do organismo e, até mesmo, do psicológico, já que esses sintomas  costumam ser bem aliviados a partir da segunda semana de programa.

Por último, lembramos que apesar de ser conhecida popularmente também como dieta Whole 30, o objetivo não é o emagrecimento e não se recomenda o monitoramento do peso ou das medidas durante todo o período. 

Dicas para praticar o método

É claro que, se você deseja começar esse programa alimentar, a recomendação é adquirir o livro para estudar o assunto e entender exatamente como proceder durante todo o processo. Também é fundamental buscar acompanhamento profissional de um nutricionista ou nutrólogo. Aqui, vamos explicar de forma resumida. 

O primeiro ponto bastante importante é ter em mente que, apesar de se chamar Whole 30, o programa dura 45 dias. Isso porque após os 30 dias de restrição total dos alimentos proibidos, existem mais 15 dias de reintrodução gradativa. É importante, portanto, não começar focando o estado psicológico em uma contagem regressiva de 30 dias para voltar a comer de tudo, ok? 

Na verdade, uma das partes mais importantes de todo esse processo é trabalhar o psicológico, visto que o ato de se alimentar é muito mais complexo do que podemos imaginar e está muito envolvido com nosso bem-estar, o suprimento de desejos e a vida em sociedade. 

Ao se propor entrar de cabeça no programa, é preciso se fortalecer emocionalmente e criar a consciência de que ele está sendo feito para autoconhecimento e com motivações muito maiores, com louros que serão colhidos apenas após esses menos de dois meses (que podem parecer eternos, mas não são!).

Isso porque a restrição alimentar severa pode e vai impactar em diversas esferas da sua vida e, para se manter firme no propósito, é preciso tê-lo muito claro. Recusar convites durante esse período, ou mesmo aceitá-los e avisar que não vai comer, pode gerar muita frustração. 

Calcule, também, quando é o momento adequado para encarar o projeto: se você adora comidas natalinas, por exemplo, começar algo assim no meio de dezembro sem pensar no assunto pode ser mais incômodo do que você imagina. Planeje bem para encaixá-lo da forma mais leve possível na sua vida e na sua rotina. 

E falando em organização, a restrição alimentar pode dificultar um pouco a praticidade do dia a dia caso um cardápio básico não seja planejado antes. Como os alimentos permitidos são naturais e frescos, o ideal é pensar em listas de compras regulares para que você já saiba quando precisa ir ao supermercado e quais ingredientes tem que adquirir para não passar aperto.

Agora que você já conhece um pouco melhor o método Whole 30, vale, sempre, fixar que seu intuito é a busca por uma alimentação mais saudável e o entendimento sobre o próprio corpo. 

Para te ajudar nesse processo e manter a saúde no dia a dia, confira nosso e-book de receitas saudáveis clicando no banner abaixo!